Chovendo no molhado

Muita gente se preocupa com o tráfico de drogas e os seus rumos trágicos. Eles alegam que o combate contra as drogas nunca funcionará de forma tão eficaz quanto a liberação do comércio desses entorpecentes - existe até um fundamento por trás dessa teoria, e talvez ela deva ser debatida. Porém, eu indago, será que essas mesmas teorias não podem ser elaboradas para resolvermos problemas ainda mais graves? Por exemplo, a corrupção.

Apesar da corrupção ser muito criticada pelos cidadãos nas ruas e praças públicas, pouco se faz no seu combate. Já virou comum depararmos-nos com placas pregadas em paredes com dizeres do tipo “Eleição sem Lula é fraude”, já é comum tolerarmos professores de universidades doutrinando alunos com seus viés políticos e já estamos acostumados com a ideia de sermos governados por ladrões. Nem entra em questão, o fato do Lula ter sido condenado. Aliás, pouco importa a lógica, quando ela aponta para uma conclusão diferente das teorias adotadas pela manada. E hoje, especialmente, a manada deseja ser traída.

Proibir opiniões na sala de aula poderia ser uma medida eficiente em prol da solução desse problema. Porém, o que entra em cheque, é exatamente quem fará essa fiscalização. Pois é muito bonito propagar o discurso de que todas as opiniões seriam proibidas nesse cenário, enquanto a realidade é dura e não surpreenderia se essa democratização da proibição não ocorresse. Até porque só de ter alguém que está no comando de proibir automaticamente já faz com que exista um interesse em escolher um lado.

No fim, acaba que a libertação é a única medida que parece razoável. Apesar de que pareca que estaríamos ‘chovendo no molhado’, na verdade talvez seja a única maneira de sanar essa questão. É importante levar em consideração as condenações e crimes cometidos por políticos que endossamos, no entanto, é saudável compreendermos que nem todo membro de um corpo docente está de acordo com nossas percepções políticas pessoais. Em último caso, o que devemos sempre defender, então, é nosso próprio direito de exercer essa atividade que eles tanto fazem; a de catequizar e de ensinar doutrinas. Pouco a pouco, vamos persuadindo os corações da manada até que, em um derradeiro momento, evitaremos que essa impunidade se perpetue no nosso país. Não é viável que essa medida seja imposta, mas também não é viável que percamos essa batalha sem no mínimo nos esforçarmos para evitar essa derrota.

Fiquemos sempre atentos, alertas e, principalmente, unidos.

Tudo por Jesus e nada sem Maria.

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